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terça-feira, 20 de abril de 2010

Por que 90% recaem no crack

Sem sentir prazer por nada, o usuário passa a viver em função da droga.

O crack chega ao cérebro de forma tão rápida e intensa que é capaz de transformar mecanismos do sistema cerebral. O crack bloqueia a absorção natural da dopamina, o neurotransmissor que emite a sensação de prazer. Com os neurônios encharcados da substância, surge uma sensação imensa de euforia. Quando o efeito passa, vem a urgência da repetição.

Como a dopamina é o principal regulador do sistema de prazer e recompensa, o crack vicia rapidamente, explica o psiquiatra Felix Kessler. Com o tempo de uso, como muita dopamina é colocada à disposição, suas reservas vão se esgotando. O cérebro se torna menos sensível à droga e a sensação de prazer é substituída por alucinações.

Outra consequência é que o usuário passa a não sentir prazer por outros aspectos da vida, como comida e sexo, explica o psiquiatra Celso Luís Cattani. Numa comparação simples, é como um elástico que, esticado além do limite, não volta mais ao normal. Essa falta de sensibilidade do sistema de recompensa gera uma insatisfação em relação à vida, distúrbio conhecido como anedonia. Na memória, sobra apenas a sensação de prazer gerada pela droga. Sem sentir prazer por nada, o usuário passa a viver em função da droga, ou fica mais propenso a recair no vício.

Como proteger seu filho e algumas dicas de prevenção

A prevenção é arma mais forte na luta contra o crack. Veja dicas que podem ajudá-lo a manter seu filho longe da droga.
Acompanhe a rotina de seu filho: é importante saber onde ele está, o que faz e com quem está. Mudanças bruscas de comportamento podem ser um sinal de que há problemas.

Tenha hábitos saudáveis: as escolhas dos pais influenciam o comportamento dos filhos. Pesquisas mostram que, em lares com pais fumantes, o índice de filhos fumantes é maior.
Esqueça aquele mito de que é bonitinho uma criança experimentar uns goles de cerveja com você.

Dê o exemplo: quando as crianças observam os adultos beberem para relaxar ou superar a timidez, aprendem que também precisam de substâncias químicas para superar seus problemas.

Fontes: Fernando Oliveira, diretor da Divisão de Investigação do Narcotráfico do Denarc, e Helena M. T. Barros, psicofarmacologista.

Fonte: REPORTAGEM DO JORNAL PIONEIRO PUBLICADA
EM ABRIL DE 2009.

Não dê o start, você não é personagem de videogame e não tem vida extra.


Por Marcela Donini - Kzuka

Imagine que você tem uma vida extra. Você poderia extrapolar todos seus limites e recomeçar tudo, com moderação. Só que você não é personagem de videogame. Os estudantes Ana* e Fábio* descobriram isso a tempo. Pararam de usar crack antes do jogo terminar. Aluna de colégio particular da Capital, ela está há cinco meses limpa. Ele estuda em colégio público e está internado há 15 dias, em uma clínica da Capital. Os dois aceitaram responder a perguntas do Kzuka, por e-mail, para contar por que não vale a pena entrar nessa.


Você sabia?
- 66% dos adolescentes dependentes químicos (drogas e ácool) têm outra doença associada, como depressão ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
- Há 4 anos, não havia nenhum usuário de crack hospitalizado no Hospital Mãe de Deus, na Capital. Hoje, eles ocupam 40% dos leitos
- Em um ano, 52% dos meninos viciados em crack que vivem nas ruas de São Paulo entrevistados pela Unifesp morreram

KzukaQuando você experimentou o crack, tinha noção do seu alto poder de destruição?

Ana* – Sim, quando experimentei, todo mundo dizia isso, mas não levei muito em conta. Hoje, acho que até contou ser uma droga com mais poder de destruição, assim, eu seria mais eu. “Comigo o bicho não pega”, pensei.

Fábio* – Quando usei pela primeira vez, eu não sabia que fazia tão mal. Quando fui perceber, já estava viciado. Daí, fui saber a quantidade de porcaria que tem na pedra, gasolina, esmalte, cimento...

Kzk Como a droga lhe foi apresentada? Seus amigos usam ou usavam?

Ana* – Eu tinha bebido e tava de olho no guri que me apresentou. Acho que isso diz tudo.

Fábio* – Fumava maconha diariamente. Um dia, resolvi misturar com a pedra porque me disseram que era melhor. Estava na casa de um amigo e saí para comprar. Virou diário o uso, fora de controle. Quase todos meus amigos usam, mas fumo sozinho. Eles ficam na rua, eu não. Acho que é por vergonha, medo de que meu pai me pegasse ou soubessem que eu era um drogado.

KzkQuando você experimentou drogas pela primeira vez? E álcool?

Ana* – Álcool com 12 ou 13. Maconha com 15. Aos 15 e 16, eu mandava ver cerveja nas festas.

Fábio* – O crack eu comecei em 2008, mas, o álcool foi há muito tempo, aos 11 anos. O primeiro porre foi aos 14 anos.

Kzk – Como você se sente hoje?


Ana* – Hoje, sei que poderia ter perdido o trem da vida. A sorte esteve do meu lado. Tô viva. Fisicamente, tô recuperada. Psicologicamente, ainda é difícil. Quando bate a fissura, ninguém me aguenta.

Fábio* – Quando eu usava a droga, me sentia bem. Resolvi um monte de problemas, me sentia legal. Depois, eu fiquei muito mal, muito fraco, comecei a destruir a família, eu mesmo. Agora que eu tô me tratando, tô me sentindo muito melhor, me recuperando.

Kzk – Como estão os estudos, chegou a interrompê-los? No colégio, sabem da sua situação?

Ana* – Atrasei a 3ª série do Ensino Médio, ano que usei crack. Matava muita aula no final, mas, este ano, sei que vou passar. Se meus pais não tivessem contado na escola sobre o crack, acho que só saberiam que eu usei drogas, e até aí, muita gente usa. Meus pais “botaram na roda”. Fiquei muito revoltada. Agora, acho que foi bom.

Fábio* – Eu não interrompi os estudos, só agora para me tratar. Mas piorei muito na escola. Quando usava drogas, as notas baixaram, não queria estudar. A escola sabe que eu tô me tratando, porque o pai levou um atestado, mas só alguns amigos meus sabem.

KzkComo se deu o início do tratamento?

Ana* – Meus pais me levaram nuns quantos psicólogos e eu não aceitava. Diziam que era pra me internar à força. Como a Amy Winehouse, eu dizia “No, no and no”. Um amigo me levou pro grupo de Narcóticos Anônimos e deu certo.

Fábio* – Minha mãe me aconselhou. Depois que eles souberam, conversaram comigo, daí eu pensei bastante e resolvi me internar.

KzkComo seus pais ficaram sabendo que você usava a droga?

Ana* – Meus pais dizem que foi um telefonema anônimo, mas eu negava, negava, negava. Até que não deu mais pra negar...

Fábio* – Eu escondia deles. Quando eu tava usando maconha, eles souberam por causa do cheiro e dos olhos vermelhos. Com o crack, começou a sumir coisas de casa. Eu tava levando dinheiro, calçados, roupa.

KzkO que diria para jovens da sua idade que nunca experimentaram crack? E para quem usa outras drogas e bebe exageradamente nas festas?

Ana* – Nunca cheguem nessa parada. Atrasa tudo. Atrasa a vida. A ceva ou outra bebida com álcool qualquer é uma roubada. Teria muito pra dizer, mas cada um cuida ou descuida da sua própria vida.

Fábio* – Eu diria que não é bom. Pensem duas vezes antes de usar. O cara perde o controle, pode achar que é forte, mas sempre perde o controle, destrói a pessoa, a família. A droga é muito ruim. Quando tu usa uma droga por bastante tempo, tu quer usar outra. Então, não usem nenhuma droga. Tu não precisas encher a cara para curtir uma festa.

Não dê o start nesse jogo:

Start
Poucos começam no crack sem ter antes experimentado outras drogas, como maconha ou cocaína. Antes ainda, o exagero no álcool pode ser o primeiro passo da gurizada no mundo das drogas.

A experimentação

Para ser considerado dependente químico, o usuário precisa apresentar uma crise de abstinência. Isso pode acontecer a partir da primeira vez, se mais de uma pedra for fumada. Normalmente, a droga é apresentada por amigos e atrai pelo baixo preço (uma pedra custa em torno de R$ 5). Antes do usuário perceber, já está cometendo pequenos delitos, em casa e nas ruas, para sustentar seu vício.

O tratamento

Apoio familiar e força de vontade do paciente são fundamentais. Após a internação, é feita uma avaliação e tratamento com remédios – pra controlar a fissura – e psicoterápico individual ou em grupos, utilizando técnicas que desenvolvem estratégias de enfrentamento em situações de risco, como festas com uso de drogas.

Bônus
Você pode se tratar corretamente, tomando remédios e frequentando grupos de ajuda e seguir sua vida normalmente. Ou passar para a próxima fase...

A recaída
Diferentemente dos bonequinhos de videogame, você tem apenas uma vida. Sim, já dissemos isso antes, mas, às vezes, parece que é preciso lembrar. Não existem números oficiais, mas especialistas afirmam que o índice de recuperação é baixo, e as recaídas são frequentes entre os pacientes que deixam as clínicas. Voltar a andar com as mesmas pessoas é uma roubada.

Game over
Quanto mais o usuário fuma, mais precisa para se satisfazer. Se você chegou aqui, dificilmente, vai sair... É triste, mas é real. Muita gente morre por causa da droga. Diretamente, pelos danos causados no organismo, ou indiretamente, como em conflitos com a polícia, brigas entre gangues e cobrança de traficantes. A pedra joga o adolescente em um universo de violência do qual é difícil sair vivo.

REPORTAGEM PUBLICADA PELO KZUKA EM 8 DE MAIO DE 2009

segunda-feira, 19 de abril de 2010

GESTAÇÃO DE GÊMEOS



Chama-se gêmeos a dois ou mais irmãos que nascem de uma mesma gestação da mãe, podendo ser idênticos ou não. Por extensão, as crianças nascidas de partos triplos, quádruplos ou mais também são chamados de gêmeos. Apesar de não haver uma estatística precisa, estima-se que uma em cada 85 é gemelar. Existem duas maneiras de nascerem irmãos gêmeos.

Gêmeos não-idênticos (bivitelinos)
 
Os gêmeos bivitelinos são dizigóticos ou multivitelinos, ou seja, são formados a partir de dois ou mais óvulos. Nesse caso são produzidos dois óvulos e os dois são fecundados, formando assim, dois embriões. Quase sempre são formados em placentas diferentes e não dividem o saco amniótico. Os gêmeos fraternos não se assemelham muito entre si, podem ter, ou não, o mesmo fator sanguíneo e podem ser do mesmo sexo ou não. Também são conhecidos como gêmeos diferentes. Na verdade são dois irmãos comuns que tiveram gestação coincidente. Representam 66% de todas as gestações gemelares, e neste tipo de gestação, um terço tem sexos diferentes, enquanto dois terços o mesmo sexo. Um em cada um milhão de gêmeos deste tipo têm cores diferentes, mesmo sendo do mesmo pai. É possível gêmeos fraternos terem pais completamente diferentes.
Irmãos nascidos da mesma gravidez e desenvolvidos a partir de dois óvulos que foram liberados do ovário simultaneamente e fertilizados na mesma relação sexual (regra), porém podem ser concebidos de cópulas distintas, mas daquela mesma ovulação dupla. Podem ter ou não o mesmo sexo,se diferenciam tanto fisicamente como em sua constituição genética e possuem duas placentas e duas membranas independentes e bem diferenciadas. A freqüência dos gêmeos dizigóticos varia de acordo com a origem étnica (máxima incidência na raça negra, mínima na asiática e intermediária na branca), a idade materna (máxima quando a mãe tem de 35 a 39 anos) e a genética, com uma maior incidência da linha genética materna que da paterna, ainda que os pais possam transmitir a predisposição à dupla ovulação à suas filhas. Em geral, a proporção global é de dois terços de gêmeos dizigóticos para um de monozigóticos (ou seja, os gêmeos idênticos).

Gêmeos idênticos (univitelinos)

Quando um óvulo é produzido e fecundado por um só espermatozóide e se divide em duas culturas de células completas, dá origem aos gêmeos idênticos, ou monozigóticos, ou univitelinos. Sempre possuem o mesmo sexo. Os gêmeos idênticos têm o mesmo genoma, e são clones um do outro. Apenas um terço das gestações são de gêmeos univitelinos.
Ocorrem devido a uma separação irregular ainda não explicada pela ciência, quando o óvulo após a fecundação, geralmente entre o primeiro e o décimo quarto dia, ainda em estágio de mórula, sucede-se a divisão, que são implantados no endométrio.
A gestação é difícil pelo fato de apenas 10% a 15% dos gêmeos idênticos terem placentas diferentes, geralmente possuem a mesma placenta.




Gêmeos xifópagos (siameses)

Os gêmeos xifópagos, ou siameses, são monozigóticos, ou seja, formados a partir do mesmo zigoto. Porém, nesse caso, o disco embrionário não chega a se dividir por completo, produzindo gêmeos que estarão ligados por uma parte do corpo, ou têm uma parte do corpo comum aos dois. O embrião de gêmeos xifópagos é, então, constituído de apenas uma massa celular, sendo desenvolvido na mesma placenta, com o mesmo saco aminiótico.
Estima-se que dentre 40 gestações gemelares monozigóticas, uma resulta em gêmeos interligados por não separação completa.
Num outro tipo de gêmeos xifópagos (hoje sabidamente mais comum) a união acontece depois, ou seja, são gêmeos idênticos separados que se unem em alguma fase da gestação por partes semelhantes: cabeça com cabeça; abdômen com abdômen; nádegas com nádegas, etc. Quando vemos alguma notícia de gêmeos que foram "separados" por cirurgia, trata-se, quase sempre, de um caso destes.
O termo "siameses" originou-se de uma famosa ocorrência registrada desse fenômeno: os gêmeos Chang e Eng, que nasceram no Sião, atual Tailândia, em 1811, colados pelo ombro. Eles casaram, tiveram 22 filhos e permaneceram unidos até o fim de seus dias, tendo falecido com um intervalo de 3 horas um do outro.

 Eng e Chang Bunker




Curiosidades

O maior grau de gemelidade em que todos os bebês nasceram e se conservaram vivos é oito (óctuplos); no mundo inteiro, até agora, só foram registrados dois grupos de óctuplos. O primeiro caso ocorreu em dezembro de 1998 no Texas e o outro em janeiro de 2009 na Califórnia, Estados Unidos. No primeiro caso, sobreviveram sete crianças e no segundo, as oito.
A gravidez de mais de dois conceptos representam 1% de todas as gestações gemelares. Podem ser idênticos, fraternos ou uma combinação dos dois tipos, meninos ou meninas.

Fonte: wikipedia, a Enciclopédia livre.

Crime e punição



Um comércio de horrores

Por Nathália Butti- Revista Veja, edição nº2132, 30 de setembro de 2009.

A Tanzânia condena pela primeira vez caçadores de albinos.
Devido a uma tenebrosa superstição, essas pessoas são mortas e têm o corpo retalhado para ser vendido a feiticeiros.

Um tribunal da Tanzânia mandou para a forca, na terça-feira passada, três homens que mataram um menino albino de 14 anos e amputaram suas pernas. É a primeira condenação para um tipo de crime comum no país. Desde 2006, pelo menos 75 albinos foram mortos e esquartejados no país. O albinismo é uma deficiência na produção de melanina, o pigmento que dá cor a pele, olhos, cabelos e protege da radiação ultravioleta.





Os portadores da deficiência têm a pele pálida e vulnerável ao câncer, cabelos finos e olhos sensíveis à luz. Devido a uma superstição macabra, que atribuiu poderes sobrenaturais aos "zero-zero" – como são pejorativamente chamados –, nenhum albino está a salvo na África Oriental, sobretudo na Tanzânia e no Burundi. Eles são caçados e têm o corpo retalhado para ser vendido aos fabricantes de mandingas. Samwel Mluge, albino de 50 anos que vive na Tanzânia, casou-se com uma albina e a alteração genética foi transmitida aos seus cinco filhos. "Sempre digo às crianças para serem cuidadosas e só andarem em grupo", disse Mluge a VEJA. "Eu me sinto caçado como um animal."

Na Tanzânia, país entre os últimos colocados no ranking de desenvolvimento humano da ONU e com renda per capita de 440 dólares, o comércio de órgãos para feitiçaria é um negócio que vale qualquer risco. As partes mais valorizadas do corpo de um albino (dedos, língua, braços, pernas e genitais) podem atingir 3 000 dólares a peça. Apesar de a incidência de albinismo no país estar cinco vezes acima da média mundial, a demanda é tão grande que a Tanzânia importa clandestinamente pedaços de corpos. Pescadores tecem fios de cabelo de albinos em suas redes para ter sucesso na pescaria. Mineiros penduram no pescoço amuletos feitos com seus ossos moídos. Quem consegue beber o sangue ainda quente de um albino tem sorte em dobro. Melhor ainda se for de uma criança, pois a pureza infantil intensifica o poder do feitiço.

Alimentado pela miséria e pela ignorância, um extenso rol de tradições brutais persiste na África. A mutilação genital das meninas é a norma entre a etnia majoritária do Quênia, por exemplo. A tortura e o assassinato pelos próprios familiares de crianças acusadas de possessão demoníaca são uma praga na África Austral. O caso dos albinos provoca maior indignação mundial devido aos esforços de um albino canadense, Peter Ash, que criou a ONG Under the Same Sun para pressionar o governo da Tanzânia a reprimir o tráfico de carne humana. Poucas providências foram tomadas. "Sabemos que pessoas poderosas se consultam com os feiticeiros e não querem ver seu nome em tribunais. Se as vítimas fossem normais, os culpados já estariam presos", disse Ash a VEJA. Na semana passada, ele desembarcou na Tanzânia para continuar sua campanha. Por razões óbvias, fez-se acompanhar de três guarda-costas. 







Dúvida: como os golfinhos dormem?


Como os golfinhos dormem? Estes belos mamíferos conseguem fazer isso na água?

Para entendermos a complexidade do sono dos golfinhos, é preciso entender como este mamífero marinho respira. O sistema respiratório dos golfinhos não está unido a um centro nervoso autônomo, assim ele precisa "pensar" que deve respirar.
Mesmo que este funcionamento possa parecer um "mau desenho genético", este fato representa uma vantagem na hora de nadar, já que os animais podem gerir melhor o oxigênio que respiram, podendo ficar submersos mais tempo sem respirar.
Os golfinhos podem dormir de várias maneiras:

Boiando: Como um tronco no água, o golfinho pode manter-se boiando, deixando fora da água só a parte necessária para poder respirar. No entanto, esta opção lhe deixa demasiado vulnerável a ataques de outros golfinhos ou predadores.

Ajudado por outros golfinhos: Os golfinhos costumam fazer turnos para dormir, emparelhando-se. Um dos golfinhos nada enquanto outro se "apóia" no outro, podendo assim deslocar-se sem realizar esforço muscular. Os golfinhos pequenos devem ser ajudados por suas mães durante os primeiros dias. A mãe não dorme, já que, caso contrário, o pequeno golfinho poderia esgotar-se e afundar, morrendo por asfixia. 

Dormindo pela metade: Os golfinhos são capazes de descansar uma metade de seu cérebro, deixando a outra metade ativa, e fazê-lo alternadamente para descansar um lado cada vez. Por exemplo, se o golfinho está com o hemisfério esquerdo do cérebro "desconectado", o olho direito não pode ver.
 Eles só dormem na superfície da água. Há mais de uma teoria para explicar o sono desses bichos. A mais aceita delas diz que eles não dormem por muito tempo mas fazem vários pequenos cochilos, principalmente durante a noite, conta o oceanógrafo Eduardo Secchi, da Fundação Universidade do Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Se dormirem no ponto, os inimigos aproveitam a distração para atacar.
Mas as baleias não ficam totalmente paradas na superfície. Elas fazem pequenos movimentos para se estabilizar. Isso fortalece outra teoria. Alguns pesquisadores acreditam que os dois hemisférios do cérebro das baleias e golfinhos funcionam independentemente: enquanto um trabalha, o outro descansa. Assim, esses animais nunca estariam totalmente adormecidos. Há, ainda, biólogos que acreditam que, como o animal geralmente anda em bando, eles se revezam no descanso: enquanto alguns dormem, tranqüilamente, outros montam guarda. Trabalho de equipe.




- FONTE: www.terra.com.br -02 de junho de 2004.

BOTOS E GOLFINHOS? EXISTEM DIFERENÇAS ENTRE ELES?

Qual a diferença entre boto e golfinho?

Por Yuri Vasconcelos

Na classificação dos biólogos, não há nenhuma diferença, é só uma questão de nomenclatura regional. "O termo boto ganhou força no Brasil para nomear o pequeno cetáceo encontrado nos rios da Amazônia. A partir daí, passou a ser ensinado em escolas que boto era de água doce e golfinho, de água salgada. Mas essa diferença não existe", afirma o biólogo Marcos César Santos, coordenador do Projeto Atlantis, que luta pela preservação desses animais. Algumas espécies de cetáceos chegam inclusive a receber os dois nomes, como é o caso do boto-tucuxi (Sotalia guianensis), também conhecido como golfinho-cinza. Animais muito inteligentes e ótimos nadadores, os golfinhos, ou botos, podem atingir velocidades de até 40 quilômetros por hora e saltar 5 metros acima da água, dependendo da espécie.

Botos e Golfinhos
Chegam a 37 espécies descritas entre golfinhos e botos tanto de água salgada como de água doce.

Chegam a 37 espécies descritas entre golfinhos e botos tanto de água salgada como de água doce. Vivem cerca de 35 anos. O período de gestação dura cerca de dez meses. Podem medir desde um metro e meio até 3 metros e meio. São dóceis e brincalhões e apreciam a companhia humana. Alguns são mais arredios. Capacidade de mergulho: o golfinho tem uma única narina no alto crânio. Através dela, ele pode renovar 90% do volume de ar cada vez que inspira. Num único mergulho, o golfinho é capaz de submergir por 20 minutos até 300 metros de profundidade. Os golfinhos conseguem nadar a velocidades de até 40 Km/h, graças a um efeito aerodinâmico que eles alcançam contraindo a pele e formando dobras que diminuem as turbulências.

Os golfinhos alimentam-se de diversas espécies de peixe. Muitos caçam em grupo. Contudo alguns golfinhos preferem lulas e outros comem moluscos e camarão. Um macho adulto em cativeiro, devora cerca de 160 Kg de peixe por dia, mas a média é de 79 Kg para os machos, 63 Kg para as fêmeas e 16 Kg para os juvenis. Geralmente os golfinhos não mastigam as suas presas.



fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/mundoanimal/

CRAVOS E ESPINHAS- DÚVIDAS FREQUENTES (Dr. Bactéria responde!)


Os cravos e espinhas são causados por bactérias? Se sim, qual a relação entre as bactérias e os hormônios da adolescência?

A acne vulgar é uma dermatose, ou seja, uma doença de pele que tem como características cravos, espinhas e pústulas. Cravos e espinhas são resultado de muito óleo na pele.

Os cravos são os pontos pretos ou brancos, também chamados “comedões”; as espinhas são as “pápulas” (elevações) e as “pústulas” são as espinhas que contém pus. Eles todos ocorrem devido ao aumento da produção da secreção sebácea e do conseqüente entupimento dos poros.

Os cravos são a massa de gordura que foi impedida de sair devido o estreitamento do canal da glândula sebácea que aumentou de tamanho. Os cravos brancos (“comedões fechados”) são aqueles pontos arredondados brancos ou cor da pele compostos de massa de gordura. Inflamam com muita facilidade, gerando espinhas quando erroneamente espremidos.

O cravo preto (“comedão aberto”) tem a extremidade preta porque apresenta acúmulo de melanina (célula de pigmentação) que, para completar, sofre oxidação por estar em contato direto com o meio externo. A maioria dos comedões abertos não fica inflamada.

A presença dos cravos leva ao aumento da reprodução das bactérias que vivem normalmente na glândula sebácea. Quando essas bactérias se multiplicam causam as espinhas. Ao se multiplicarem produzem substâncias que irritam a parede da glândula sebácea. Com isso, ocorre aumento do fluxo de sangue para o local que fica vermelho e dolorido, formando a espinha.

Se a inflamação continuar, as células de defesa do organismo são atraídas para o local. Elas atacam as bactérias, produzindo o pus. As principais bactérias encontradas na glândula sebácea são: Propionibacterium acnes ,Propionibacterium granulosum, Propionibacterium avidum e a Staphylococcus epidermidis.

A relação não é entre bactérias e hormônios da adolescência, mas sim entre os hormônios e o aumento da secreção das glândulas sebáceas. Na adolescência esse aumento ocorre devido à ação dos hormônios sexuais masculinos, chamados andrógenos. Os principais hormônios sexuais masculinos são testosterona e dihidrotestosterona. Tanto homens como mulheres os produzem -- entretanto as mulheres têm hormônios sexuais masculinos em menor quantidade.

Esses hormônios são responsáveis pelo aparecimento de pêlos nas áreas sexuais, axilas e face (barba). Levam a aumento do interesse sexual e da agressividade, ganho de massa muscular, engrossamento da voz e maior oleosidade da pele. Para eliminar o óleo que foi produzido a mais, as glândulas aumentam de tamanho e podem gerar a acne.

Fonte: www.drbacteria.globolog.com.br

Sonambulismo


O sonambulismo é um transtorno classificado como uma parassonia do sono, também chamado noctambulismo, durante o qual a pessoa pode desenvolver habilidades motoras simples ou complexas. O sonâmbulo sai da cama e pode andar, urinar, comer, realizar tarefas comuns e mesmo sair de casa, enquanto permanece inconsciente e sem possibilidade de comunicação. É difícil de acordar um solâmbulo mas, contrariamente à crença popular, não é perigoso fazê-lo. O sonambulismo ocorre durante os estágios do sono 3 ou 4, chamados sono de ondas lentas (SOL) . É mais comum em crianças e adolescentes. Habitualmente, são episódios isolados, mas pode ter um caráter recorrente em 1-6% dos pacientes. A sua causa é desconhecida e não há tratamento eficaz. Acredita-se, erradamente, que o sonambulismo é a conversão, no estado de vigília, dos movimentos que o indivíduo efectúa durante o sonho. Mas na realidade o sonambulismo ocorre antes do estágio de movimentos oculares rápidos (REM).

Estágios de sono

O sono tem cinco estágios durante os quais as ondas cerebrais diminuem de intensidade até atingir um profundo estado de relaxamento. A baixa atividade se mantém no hipotálamo, ligado à consciência, e no córtex cerebral, que controla os movimentos do corpo.No caso dos sonâmbulos, essas ondas, vindas de uma área do cérebro chamada ponte, são irregulares. Por isso não cumprem a contento a função de inibir a região motora. Como as áreas motoras permanecem ativas, o sonâmbulo é capaz de se sentar, andar e trocar a roupa. Já a área relacionada à consciência, no hipotálamo, se mantém quase inativa. E isso explica porque quem sofre desse distúrbio não percebe o que faz nem se lembra de nada no dia seguinte embora algumas vezes podendo se manifestar como por exemplo: ir pagar uma conta a um multibanco ou escrever uma carta devido uma grande preocupação.

Recentemente houve um caso no qual um homem escalou uma montanha durante o sono, e acordou apenas lá em cima. O incrivel é que bombeiros cheios de equipamentos e outros levaram horas para escalar a montanha para o resgate, já que a montanha era muito ingreme.

Muitas pessoas atribuem como uma das causas do sonambulismo o nervosismo ou o medo . Algumas pessoas já foram encontradas quase pulando de uma janela ou caindo da escada enquanto estavam sonâmbulas.

Incidência

Dentre as crianças entre 5 e 12 anos de idade, estima-se que 15 a 40% tenham apresentado algum episódio de sonambulismo, pelo menos uma vez na vida. A maior parte das crianças sonâmbulas deixa de apresentar este comportamento a partir da adolescência. Dentre os adultos, as pesquisas estimam que 0,5 a 2,5% apresentam sonambulismo.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

CRACK, A EPIDEMIA DO NOVO MILÊNIO


Jovens relatam a dura batalha contra o crack. Adolescentes internados contam como tiveram o primeiro contato com a droga.

Por Rodrigo Stüpp (Diário Catarinense)

Entre os aparelhos de som e TV, os sofás de courino preto e os beliches da casa com cerca elétrica, está a fissura pelo inimigo. O crack — e também a sua falta — perturba 19 dos 20 adolescentes internados no Centro Especial de Proteção ao Adolescente (Cepad), no bairro Costa e Silva, em Joinville. Eles são monitorados por terapeutas, psiquiatras e psicólogos. É a luta diária contra o desejo quase sem fim de consumir mais e mais pedra.

— Se sair, pode crer que vou atrás de crack. Eu sei que não devo, mas a vontade é doida — diz um rapaz de 17 anos.

O Cepad é ligado à ONG Associação para Recuperação de Alcooólatras e Toxicômanos (Aprat). É mantido com dinheiro da Prefeitura. A casa tem apenas sete meses, mas já serve de referência e termômetro para o boom do consumo da pedra na cidade.

— De dez anos para cá, é avassalador o crescimento da pedra. A cocaína deixou de ser elitizada. O crack atinge a todas as classes, e ataca cada vez mais cedo — diz Wagner Mansonelli. Ele é terapeuta, especialista em dependência química e coordenador da casa.

Cedo, como no caso de um menino franzino de 11 anos internado na casa. Foi preciso autorização judicial para interná-lo. Estava imundo, faminto, quase sem roupas. Foi levado por agentes sociais. A família praticamente desistiu dele. É assim que a maioria chega. Com oito, dez, 12 quilos abaixo do peso ideal. Nervosos, mais respondões que o normal. E quase sempre rebeldes.

Nessa terça-feira, uma discussão terminou com vidros da janela do quarto das meninas quebrados. Foram substituídos por papel branco. Uma ou duas semanas depois, há avanços importantes. Costuma melhorar a sociabilidade. Regras, limites e carinho também ajudam. Mas a fissura faz surgir planos de fugas, que não são tão incomuns assim. Na rua, bastam alguns minutos para uma recaída.

— Eu arrumo dinheiro fácil, é só contar uma história e pedir — conta um adolescente de 15 anos.

A vida com crack tem em comum a idade escolar defasada — no Cepad, todos os internos repetiram de ano ao menos uma vez. E mais: famílias esfareladas, furtos e roubos, alguns a mão armada. Alguns já foram pequenos traficantes. Se envolveram no mundo do crime para comprar mais pedra.

— Caí quando estava roubando um portão de alumínio. A loucura tinha baixado e eu precisava de mais crack — conta um adolescente de 17 anos.

A esperança de recuperação está sempre por um fio. Pesquisas apontam que, entre os viciados, só 10% procuram atendimento. Desses, só 3% conseguem se livrar do vício.Pela forma de uso, o crack é mais potente do que qualquer outra droga e provoca dependência desde a primeira pedra. A droga é de fácil acesso, sem cheiro, de efeito imediato e aprisiona pacientes e seus familiares.
O baixo custo da pedra – em torno de R$ 5 – revela-se ilusório. Empurrado para o precipício da fissura, o dependente precisa fumar 20, 30 vezes por dia. Desfaz-se de todos os bens, furta de familiares e amigos e, por fim, começa a cometer crimes.

O que é?
A pedra de crack é produzida com a mistura de cocaína e bicarbonato de sódio ou amônia. Sua forma sólida permite que seja fumada.

Como é o uso?
O usuário queima a pedra de crack em cachimbo e aspira a fumaça. O crack também é misturado a cigarros de maconha, chamados de piticos (mesclado).



O efeito
O crack chega ao cérebro em oito a 12 segundos e provoca intensa euforia e autoconfiança. Essa sensação persiste por cinco a 10 minutos. Para comparar: ao ser cheirada, a cocaína em pó leva de 10 a 15 minutos para começar a fazer efeito.

A dependência
A fumaça do crack atinge rapidamente o pulmão, entra na corrente sanguínea e chega ao cérebro. É a forma de uso, não a composição, que torna a pedra mais potente.

Os efeitos do crack no organismo
Forma menos pura da cocaína, o crack tem um poder infinitamente maior de gerar dependência, pois a fumaça chega ao cérebro com velocidade e potência extremas. Ao prazer intenso e efêmero, segue-se a urgência da repetição. Além de se tornarem alvo de doenças pulmonares e circulatórias que podem levar à morte, os usuários se expõem à violência e a situações de perigo que também podem matá-lo.



Consequências para a saúde

Intoxicação pelo metal
O usuário aquece a lata de refrigerante para inalar o crack. Além do vapor da droga, ele aspira o alumínio, que se desprende com facilidade da lata aquecida. O metal se espalha pela corrente sanguínea provocando danos ao cérebro, aos pulmões, rins e ossos.

Fome e sono
O organismo passa a funcionar em função da droga. O dependente quase não come ou dorme. Ocorre um processo rápido de emagrecimento. Os casos de desnutrição são comuns. A dependência também se reflete em ausência de hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência.

Pulmões
A fumaça do crack promove lesão nos pulmões, levando a disfunções. Como já há um processo de emagrecimento, os dependentes ficam vulneráveis a doenças como pneumonia e tuberculose. Também há evidências de que o crack causa problemas respiratórios agudos, incluindo tosse, falta de ar e dores fortes no peito.

Coração
A liberação de dopamina faz o usuário de crack ficar mais agitado, o que leva a aumento da presença de adrenalina no organismo. A consequência é o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Problemas cardiovasculares, como infarto, podem ocorrer.

Ossos e músculos
O uso crônico da droga pode levar à degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, chamada rabdomiólise.

Sistema neurológico

Oscilações de humor: o crack provoca lesões no cérebro, causando perda de função de neurônios. Isso resulta em deficiências de memória e de concentração, oscilações de humor, baixo limite para frustração e dificuldade de ter relacionamentos afetivos. O tratamento permite reverter parte dos danos, mas às vezes o quadro é irreversível.
Prejuízo cognitivo: pode ser grave e rápido. Há casos de pacientes com seis meses de dependência que apresentavam QI equivalente a 100, dentro da média. Num teste refeito um ano depois, o QI havia baixado para 80.
Doenças psiquiátricas: em razão da ação no cérebro, quadros psiquiátricos mais graves também podem ocorrer, com psicoses, paranoia, alucinações e delírios.

Sexo
O desejo sexual diminui. Os homens têm dificuldade para conseguir ereção.
Há pesquisas que associam o uso do crack à maior suscetibilidade a doenças sexualmente transmissíveis, em razão do comportamento promíscuo que os usuários adotam.

Morte
Pacientes podem morrer de doenças cardiovasculares (derrame e infarto) e relacionadas ao enfraquecimento do organismo (tuberculose).
A causa mais comum de óbito é a exposição à violência e a situações de perigo, por causa do envolvimento com traficantes, por exemplo.










* Mais informações em www.cracknempensar.com.br

PLASTICOMANIA

A farra dos sacos plásticos. 05/08/2003 - André Trigueiro


O Brasil é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos.Todos os mercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. O pior é que isso já foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plástico. Nossa dependência é tamanha, que quando ele não está disponível, costumamos reagir com reclamações indignadas.

Quem recusa a embalagem de plástico é considerado, no mínimo, exótico. Outro dia fui comprar lâminas de barbear numa farmácia e me deparei com uma situação curiosa. A caixinha com as lâminas cabia perfeitamente na minha pochete. Meu plano era levar para casa assim mesmo.Mas num gesto automático, a funcionária registrou a compra e enfiou rapidamente a mísera caixinha num saco onde caberiam seguramente outras dez. Pelas razões que explicarei abaixo, recusei gentilmente a embalagem.

A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander Parkes inventou o primeiro plástico em 1862. O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna.

Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resina sintética originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza.

Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.

( No Complexo do Alemão, plásticos não biodegradáveis se juntam ao lixo nas ruas) No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matéria-prima é o plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme, que já representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros,esses sacos plásticos impedem a passagem da água - retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis - e dificultam a compactação dos detritos.

Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, já justificou mudanças importantes na legislação - e na cultura - de vários países europeus. Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania.Quem não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plásticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a unidade. A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários?
Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de anti-ecológico, ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.

Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de 9 centavos de libra irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha, e mochilas. Em toda a Grã-Bretanha, a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os sacos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe dezoito meses depois de descartados. Com um detalhe interessante: se por acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo, porque serve de alimento para microorganismos
encontrados na natureza.Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados.

Mau exemplo: lixão em SP recebe 250 toneladas por dia com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza. O país que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente) e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em geral, e dos sacos plásticos em particular.

A única iniciativa de regulamentar o que hoje acontece de forma aleatória e caótica, foi rechaçada pelo Congresso na legislatura passada. O então deputado Emerson Kapaz foi o relator da comissão criada para elaborar a ”Política Nacional de Resíduos Sólidos”. Entre outros objetivos, o projeto apresentava propostas para a destinação inteligente dos resíduos, a redução do volume de lixo no Brasil, e definia regras claras para que produtores e comerciantes assumissem novas responsabilidades em relação aos resíduos que descartam na natureza, assumindo o ônus pela coleta e processamento de materiais que degradam o meio ambiente e a qualidade de vida.

O projeto elaborado pela comissão não chegou a ser votado. Não se sabe quando será. Sabe-se apenas que não está na pauta do Congresso. Omissão grave dos nossos parlamentares que não pode ser atribuída ao mero esquecimento. Há um lobby poderoso no Congresso trabalhando no sentido de esvaziar esse conjunto de propostas que atinge determinados setores da indústria e do comércio.É preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra aausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos.



  

Pílula do dia seguinte não deve ser banalizada pois o recurso emergencial tem altas doses hormonais

Medicamento de emergência e não método contraceptivo. É importante ter consciência da função da  pílula do dia seguinte para evitar seu uso indevido e constante. Muitas mulheres abusam desse tipo de medicamento, que tem dose hormonal alta. A pílula do dia seguinte é indicada apenas para aquelas situações onde ocorreu a falha de outro método contraceptivo durante a relação sexual ou quando ela foi desprotegida.

– Apesar de não ter contraindicação, a pílula do dia seguinte deve ser ingerida somente em ocasiões de emergência e nunca como um método contraceptivo convencional, pois seu uso frequente pode alterar o ciclo menstrual – alerta a médica Rosa Maria Neme.

É importante também lembrar que a pílula pode causar alguns efeitos colaterais:

– A dose hormonal bem alta no organismo pode causar efeitos colaterais como dor de cabeça, náuseas, inchaço e alterações do ciclo menstrual, que podem resultar em aumento ou diminuição do fluxo menstrual. Ela também pode atrasar o fluxo menstrual, o que leva muitas mulheres a acreditar que engravidaram – alerta Miriam Felício Fernandes, ginecologista.

Na comparação, a dose hormonal contida na dose única equivale a cinco ou seis comprimidos de pílula convencional.

Nas primeiras 12 horas, a pílula tem eficácia de cerca de 95%, mas à medida que o tempo passa, essa percentagem diminui, chegando a aproximadamente 50% em torno do terceiro dia após a relação.

Alguns médicos ainda alertam para a possibilidade de que a pílula diminua a sua eficácia caso seja usada com frequência.

– Esse assunto é controverso. Mas existem estudos que dizem que ela pode diminuir sua eficácia se usada em excesso – afirmou Miriam.

As dúvidas mais frequentes

Qual a composição deste medicamento?
A pílula do dia seguinte é composta apenas de progesterona, o levonorgestrel. Ela é considerada mais potente, porque possui maior concentração do hormônio quando comparada a uma pílula tomada diariamente.

Como ela atua sobre o organismo e quais são os efeitos colaterais?
A ação da progesterona é tornar o endométrio um ambiente inóspito para a implantação do embrião. Como efeito colateral, pode provocar enjoo, mal-estar e dor de cabeça.

A pílula do dia seguinte é eficaz?
Idealmente ela deve ser tomada até 24 horas da relação desprotegida para garantir uma eficácia adequada. Mas, pode eventualmente ser tomada até 72 horas após a relação. Os riscos de gravidez existem e também pode ocasionar irregularidade menstrual. Por esta razão, não deve ser tomada sempre.

É possível evitar a gravidez com ela?
A pílula do dia seguinte possui uma efetividade de quase 94% se tomada nas primeiras 24 horas, após a relação sexual desprotegida ou acidental.

Ela tem sido usada por muitos jovens como método regular de contracepção, não emergencial. Qual é o risco desse procedimento?
O grande risco é desregular todo o ciclo hormonal. Essa pílula apresenta uma dose alta de hormônio e, se usada de forma não emergencial, pode causar sintomas como irregularidade menstrual importante, além de efeitos desconfortáveis na pele, como acne e aumento de oleosidade, por exemplo.

É perigoso adotar a pílula do dia seguinte como a única forma de evitar a gravidez e as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis)? Por quê? O que o uso frequente da pílula do dia seguinte pode causar?
Claro. Ela não previne contra DSTs. Usá-la como método para evitar a gravidez vai causar um desequilíbrio hormonal significativo no organismo feminino. Ela pode ser conciliada esporadicamente com outros métodos, mas, se usada com freqüência, pode causar retenção hídrica, aumento da oleosidade da pele, entre outros sintomas.

Fonte: Dra. Rosa Maria Neme, doutora em Medicina pela USP e diretora do Centro de Endometriose São Paulo



domingo, 18 de abril de 2010

Oncologia

      Câncer é um termo genérico usado para referir-se ao crescimento de tecido anormal no corpo. Uma característica típica do câncer é a perda do controle do crescimento normal do tecido. Isto significa que as células cancerosas não têm um limite de crescimento como as células normais. Uma das maneiras como os tumores podem causar problemas médicos é avolumando-se de forma tal que passam a pressionar o tecido normal adjacente. Outra é desenvolvendo células que funcionam de modo diferente das células normais.
Considerando-se que este crescimento anormal pode ocorrer em vários tipos de células do corpo, podemos ter uma série de doenças que são classificadas como formas de câncer. Esta classificação depende basicamente da semelhança destas células cancerosas com determinadas células normais quando examinadas ao microscópio. Às vezes, a localização do tumor ajuda a classificar o tipo de câncer. 


Por que a radiação é usada para tratamento do câncer?

A radiação é usada para o tratamento do câncer porque pode reagir com o DNA da célula cancerígena e provocar sua morte. Tipos diferentes de radiação podem ser eficazes contra o câncer. 

Como é gerada a radiação?

O método Siemens de emissão radioativa utiliza a chamada estrutura de aceleração linear. Gera radiação usando uma voltagem comum para criar a energia necessária em elétrons e fótons para produzir um feixe de radiação. Compare ao funcionamento de uma lanterna comum: quando o botão está desligado não existe luz. Quando o botão é ligado, a luz é gerada e você pode direcionar o feixe de luz para onde for necessário. Uma vantagem deste método sobre o uso de material radioativo é que não existe radiação quando o aparelho é desligado.

Como a radiação é usada para o tratamento do câncer?

O feixe de radiação gerado pela máquina de tratamento é direcionado com precisão sobre as células cancerosas. O DNA das células é danificado e as células do tumor morrem.

O que acontece com as células normais à volta do tumor?

Duas coisas podem acontecer. Em primeiro lugar, o feixe de radiação pode ser controlado com precisão de modo que somente um mínimo de tecido normal seja irradiado. Em segundo, as células normais que forem atingidas pelo feixe de radiação têm uma chance maior de sobreviver do que as células cancerosas, porque sua capacidade de recuperação contra danos ainda está intacta. As células cancerosas são células anormais que têm uma capacidade de recuperação também anormal. Esta é a razão pela qual a maioria dos tratamentos de radiação é efetuada com intervalos. Assim, nos dias de tratamento é empregada radiação suficiente para as células cancerosas não conseguirem reagir, enquanto as células normais recuperam-se entre os tratamentos. 

Por que devemos empregar a IMRT?

IMRT - Intensity Modulated Radiotherapy - Radioterapia com Intensidade Modulada é uma tecnologia avançada de radioterapia. O objetivo de todos os tratamentos de radioterapia é o de causar o máximo de dano às células cancerosas e ao mesmo tempo provocar um mínimo de dano às células normais. As máquinas IMRT têm a capacidade de controlar melhor o feixe de radiação do que as máquinas convencionais, provocando assim o mínimo de danos às células normais.

A IMRT será o melhor tratamento para mim?

A IMRT é geralmente reservada para o tratamento de casos em que sua técnica mais moderna apresente vantagem sobre os métodos tradicionais. Isto poderá incluir tratamentos para tumores que tenham tecidos normais adjacentes mais sensíveis, como, por exemplo, na coluna vertebral ou nas glândulas salivares. O médico oncologista poderá orientá-lo melhor sobre a necessidade ou não de você utilizar a IMRT.
Quais são as doenças geralmente tratadas pelo método IMRT?

O câncer da próstata é uma das doenças que podem ser tratadas com o método IMRT. A próstata está situada junto a órgãos sensíveis à radiação. Assim, o uso de IMRT pode reduzir a quantidade de radiação recebida pelo reto e outros órgãos adjacentes. Pela redução da dose de radiação sobre tecidos adjacentes, podem-se aumentar as doses de radiação sobre o tumor, o que aumenta as probabilidades de um tratamento mais eficaz.

Outra área tratada com IMRT é o câncer da cabeça e pescoço. O tratamento pode ser idealizado para aplicar uma dose menor de radiação sobre as glândulas salivares, do que a aplicada pelos tratamentos convencionais. O resultado é que as glândulas salivares são "poupadas" dos efeitos da radiação e você terá uma chance maior de manter a função salivar.

O Câncer de mama é outra área em que a mesma técnica é utilizada, com um efeito cosmético melhor, ou seja, as regiões próximas são poupadas dos efeitos da radiação. O câncer do pulmão é outra doença tratada com o método IMRT em função de razões semelhantes. Nosso conhecimento sobre a aplicação deste novo método de tratamento está aumentando e novos tratamentos vêm sendo desenvolvidos. Pergunte ao seu oncologista sobre o procedimento de radiotarapia e sobre o método IMRT.

Onde posso encontrar os tratamentos pelo método IMRT?

Nem todos os departamentos de terapia de radiação dispõem do tratamento com IMRT. A IMRT ainda é uma novidade tecnológica bem recente. A instalação necessita ter um moderno sistema de planejamento computadorizado em 3-D (três dimensões) que possa aperfeiçoar o nível de radiação emitido. O acelerador linear também precisa estar equipado para trabalhar com a IMRT. Caso você seja um candidato a tratamento com a IMRT procure uma clínica que tenha experiência na aplicação técnica.

Fonte: INCA (Instituto Nacional do Câncer)