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domingo, 18 de abril de 2010

ATUAÇÃO DOS METAIS NA SAÚDE HUMANA

A maioria dos organismos vivos precisa apenas de alguns tipos de metais em doses muito pequenas para a normalidade do seu funcionamento, tão pequenas que costumamos chamá-los de micronutrientes, como é o caso do zinco, do magnésio,do cobalto e do ferro. Esses micronutrientes são elementos primordiais para o crescimento, saúde e desenvolvimento. Mas se tornam altamente tóxicos e nocivos à saúde quando ultrapassar determinada concentração limite. Doses excessivas de minerais tóxicos podem gerar uma série de complicações podendo afetar até o sistema nervoso e o metabolismo.
Os metais acumulam-se nos diversos compartimentos do organismo humano, por tal motivo a exposição prolongada mesmo de que em pequenas doses pode vir a aumentar de modo substancial os níveis desses metais.
Os metais pesados não podem ser destruídos e são altamente reativos do ponto de vista químico, o que explica a dificuldade de encontrá-los em estado puro na natureza.
Muitas dessas substâncias são cancerígenas, causando problemas de reprodução, danos neurológicos e uma infinidade de problemas.

ATUAÇÃO DOS METAIS NA SAÚDE HUMANA

FERRO: O ferro é um nutriente essencial para o bom funcionamento do organismo. As funções do ferro resultam de suas propriedades físicas e químicas, principalmente da sua facilidade de participar das reações de oxidação e redução, estando firmemente ligado às proteínas, ajudando a prevenir contra efeitos maléficos.
Tem também um papel muito importante no transporte respiratório do oxigênio e do dióxido de carbono aos tecidos, aumenta a resistência ao estresse, colabora com o bom funcionamento dos músculos e também na produção oxidativa de ATP dentro da mitocôndria. A ingestão de ferro é essencial para o funcionamento normal do sistema imunmológico, previne e cura a anemia por falta de ferro, elimina a dificuldade de deglutição, aumenta a capacidade de aprendizado das crianças, melhora o desempenho físico e reduz as dores no corpo, aumentando a energia do organismo. É sabido que sua presença influencia na absorção de cobre e alumínio.
Porém, quando em excesso, torna-se um grande gerador de radicais livres, causador de osteoporose, infartos e infecções.
Fontes: Podemos encontrar o ferro em carnes de todos os tipos, ovos, soja, espinafre, caldo-de-cana, melado e outros vegetais verdes.

COBALTO: O cobalto é um mineral que integra a vitamina B12, tem como principal função prevenir a anemia perniciosa, por meio da produção de células. Outra função importante é que o cobalto regula o sistema nervoso parassimpático.
A falta de cobalto causa anemia, falta de apetite, parada do crescimento, irritabilidade e falta de concentração.O que pode inibir sua presença no organismo são as deficiências da vitamina B6 e ferro.
Fontes: O cobalto pode ser encontrado em vegetais como a lentilha, espinafre,batata doce,fígado, produtos à base de soja e seus derivados, pêras, cerejas, leites e laticínios.

ZINCO: O zinco é um dos principais protetores do sistema imunológico, é indispensável para mais de duzentas enzimas e para o crescimento e desenvolvimento dos órgãos reprodutores.
A falta de zinco no organismo causa retardo no crescimento, falta de apetite, anormalidades no paladar, olfato e visão, perda de interesse sexual e infertilidade masculina. Mas quando em excesso, leva à perda de concentração, aparecimento de cacoetes, incapacidade de fixação, infecção urinária, bronquite asmática, varizes e nevralgia facial.
A maior parte dos efeitos tóxicos do zinco relaciona-se a sua combinação com outros metais pesados e a contaminação durante os processos de extração e combinação de zinco. As cinzas do metal nunca estão completamente puras, podendo estar misturadas a outros metais como cádmio e mercúrio.
Fontes: O zinco pode ser encontrado em alimentos como: cereais integrais, farelo e germe de trigo, frutos do mar e todos os tipos de carne.

VANÁDIO: O vanádio é um mineral de grande importância no organismo quando encontrado em quantidades razoáveis. Auxilia no tratamento da depressão e na diminuição dos triglicerídios no sangue.
Fontes: Podemos encontrar o vanádio em alimentos como peixes em geral, aveia e azeite de oliveira.

MANGANÊS: É um mineral de extrema importância para o funcionamento normal do cérebro, evita anormalidades ósseas e artrite, mas quando em excesso no organismo pode causar psicoses e depressão. Além disso, o excesso de manganês na dieta alimentar impede a atuação do ferro na produção de hemoglobina do sangue.
Em altas doses causa apatia, irritabilidade, insônia e fraqueza nas pernas. Alguns sintomas de distúrbios psicológicos podem aparecer, tais como práticas de atos impulsivos, ausência de memória, alucinações, agressividade e euforia. Finalmente podendo ocasionar o aparecimento de uma doença similar ao Mal de Parkinson.
Fontes: O manganês pode ser encontrado em alimentos como fígado, cereais, legumes, verduras, leite e feijão.

COBRE: Vários estudos demonstram que o cobre protege o organismo contra o câncer e a destruição causada pelos radicais livres através de enzimas das quais participa. Funciona como antiinflamatório contra a artrite e estimula o sistema imunológico.
Muito importante ao desenvolvimento dos ossos, nervos e tecido conjuntivo. Sua ausência causa anemia, perda de pigmentação, aumenta a inibição e causa perda da elasticidade arterial. Níveis muito elevados de vitamina C inibem a absorção do cobre pelo organismo.
O cobre é altamente tóxico para as crianças e adultos com problemas metabólicos e sua absorção excessiva é favorecida pela presença de zinco, prata, cádmio e sulfatos na dieta alimentar.
Fontes: O cobre pode ser encontrado em alimentos como fígado, castanha-do-Pará, frutos do mar, nozes, feijão e cereais.

CROMO: O cromo é um mineral extremamente útil no tratamento e na prevenção do diabetes, protege contra doenças cardiovasculares e hipertensão arterial, reduz a quantidade de colesterol no sangue.
Mas quando encontrado em quantidades exorbitantes no organismo, pode causar complicações como: dermatites, úlceras cutâneas, inflamação nasal, câncer de pulmão , perfuração do septo nasal, afeta negativamente os rins, fígado e sistema circulatório .
Está provado que a presença do cromo em ecossistemas de água doce ou salgada afeta negativamente as vidas dos seres presentes.
Fontes: O cromo é muito usado em curtumes para a curtição de couro e em galvanoplastias.

CÁDMIO: O cádmio é um potente neurotóxico, podendo provocar enfisema pulmonar. É ainda um agente mutagênico podendo causar infinidades de seqüelas para o feto.
Os sintomas da intoxicação por cádmio são similares ao do envenenamento por alimentos. Pode ser provocada pela corrosão de canos galvanizados ou por resíduos de galvanoplastia e tintas. Acima de 325mg pode ser fatal. Está associado a doenças no fígado e à hipertensão. Existem evidências de que o cádmio pode ser responsável por mutações durante o período pré-natal. Fumantes apresentam altos indicies de cádmio no organismo.
O cádmio é absorvido pela via respiratória por meio de aerossóis, poeiras e pelo trato gastrointestinal a partir de mãos contaminadas e da depuração de partículas depositadas na via respiratória.
Fontes: Podemos encontrar cádmio em tintas, baterias, processos de galvanoplastia, solda, acumuladores e estabilizadores de PVC, reatores nucleares, cigarros, plásticos, etc.

CHUMBO: O chumbo pode apresentar-se naturalmente ou como resultado de contaminação industrial ou envelhecimento de canos de sistemas de distribuição de água. O chumbo é um veneno que se acumula gradativamente, e os sintomas do envenenamento são difíceis de serem distinguidos em estágios iniciais.
Entre os sintomas iniciais reversíveis, destacam-se dores abdominais, perda de apetite, constipação intestinal, fadiga, distúrbios no sono e diminuição das atividades físicas. Longas exposições podem provocar danos no fígado, aumento da pressão arterial, severas cólicas gastrointestinais, inativação das bombas de cálcio, mutações genéticas, anemia e distúrbios no sistema nervoso, incluindo danos cerebrais irreversíveis, podendo causar inclusive o óbito.
O chumbo é um elemento tóxico e se acumula nos ossos, cérebro, glândulas e cabelo. Gestantes com taxas elevadas, dão nascimento à crianças igualmente elevadas podendo apresentar desenvolvimento intelectual prejudicado e problemas de comportamento. O envenenamento crônico causa impotência sexual, alterações reprodutivas, perturbações mentais, cegueira, infertilidade, e quando existe deficiência de vitamina E, os pacientes ficam mais vulneráveis, podendo ocorrer também problemas renais e gota saturnina.
Fontes: O chumbo pode ser encontrado em tinturas de cabelo, baterias automotivas, chapas e canos de metal, aditivos em gasolina e principalmente por água contaminada no transporte por canos com soldas à base de chumbo e cobre.

ALUMÍNIO: O alumínio ingerido com a água e alimentos atinge 3 a 10mg por dia. Acumula-se no corpo e quando em excesso, causa sintomas semelhantes aos da doença de Alzheimer e osteoporose. Surgem uma série de complicações como raquitismo, alterações gastrointestinais e cólicas, metabolismo do cálcio reduzido, dores nos ossos, nervosismo acentuado, anemia, cefaléia, funções hepática e renal reduzidas, esquecimento, perturbações da palavra, amolecimento dos ossos e músculos fracos e doloridos, hiperatividade e dificuldade de aprendizado nas crianças.
Fontes: Podemos encontrar o alumínio em alimentos como farinhas alvejadas, sal de cozinha, creme tártaro, sais de alumínio, alimentos enlatados, queijo parmesão, ingredientes usados para fazer pão e alguns produtos como desodorantes, aspirina com antiácido, antitranspirantes, água tratada e canalizada e alguns utensílios de cozinha como panelas, talheres, etc.

MERCÚRIO: O mercúrio é um elemento tóxico, não essencial e de efeito acumulativo, possuindo grande afinidade pelos grupos sulfidrina, fosfato, carboxila e amino das proteínas. O mercúrio é o metal mais tóxico, pode ocasionar sérios danos cerebrais. Uma vez absorvido, o mercúrio é passado ao sangue, é oxidado e forma compostos solúveis, os quais se combinam com as proteínas, sais e álcalis dos tecidos.
Os compostos solúveis são absorvidos pelas mucosas, os vapores por via inalatória e os insolúveis pela pele e pelas glândulas sebáceas.Entre os sintomas do envenenamento por mercúrio incluem-se a fraqueza, perda de apetite, insônia, indigestão, diarréia, inflamação e aparecimento de manchas escuras nas gengivas, perda dos dentes, irritabilidade, perda de memória, tremores nas mãos, pálpebras, lábios e língua.
Em níveis mais acentuados, o mercúrio produz alucinações, psicoses maníaco-depressivas, gengivites, irritabilidade crescente,tremores musculares e danos cerebrais irreversíveis.
Fontes: Podemos encontrar a presença de mercúrio em produtos para lustrar, solventes, tinta para impressoras e tatuagens, na mineração, uso de derivados na indústria e na agricultura.

Podemos concluir que o desequilíbrio dos metais, para mais ou para menos no organismo podem acabar por ocasionar um efeito desastroso para a saúde humana. Pode abalar qualquer esfera, inclusive da personalidade: corporal, emocional ou mental. E a maioria das patologias ocorrem quando desequilíbrios bioquímicos acabam influenciando o indivíduo prejudicando gradativamente a sua qualidade de vida. Muito dos metais são imprescindíveis para o bom funcionamento do organismo. Quando encontrados em doses adequadas, podem prevenir e até curar uma série de enfermidades, suprindo as necessidades dos seres humanos, sendo considerados micronutrientes essenciais à vida. Alguns tipos de metais não apresentam nenhum tipo de benefício à saúde, é o caso dos metais pesados, que tem uma ação cumulativa no organismo, e sua presença é prejudicial em qualquer nível de concentração. Um dos maiores problemas que o homem enfrenta no caso dos metais pesados é a contaminação passiva, onde a contaminação ocorre na própria cadeia alimentar, sem ficar sabendo que está sendo envenenado.

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